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O papel da segurança privada e as perspectivas para o futuro do setor

O papel da segurança privada e as perspectivas para o futuro do setor

A segurança privada é um serviço complementar à segurança pública. Os profissionais do setor atuam todos os dias para proteger patrimônio, pessoas e bens diversos. Você já deve ter ido até alguma agência bancária e topou com um vigilante cuidando da porta giratória. Esses profissionais são a parte mais evidente de um sistema que começou a ser regulado no Brasil ao final dos anos 1960.

O professor da Uninter Antonio Carlos Tammenhain, especialista em Gestão de Sistemas de Segurança Empresarial e Métodos de Gestão de Risco, Gestão de Crise e Programas de Continuidade de Negócio, falou em palestra online para alunos e colaboradores da instituição sobre o panorama da atividade de segurança privada no país, destacando a evolução do setor durante os últimos 50 anos.

Antonio explicou as origens da legislação que regula a segurança privada no Brasil, ato que veio por meio do decreto lei 1034/69, em plena ditadura militar. “O governo brasileiro institucionalizou a segurança privada principalmente para proteger as instituições financeiras no país. Naquela época, era comum grupos armados invadirem agências bancárias para roubar dinheiro e financiar a guerrilha contra o governo”.

A legislação tem um papel fundamental para a qualidade do serviço de segurança. Por meio dela é que se pode ter mais controle de um setor tão estratégico. “Toda a legislação existe para legalizar a função, a atividade. Só para ter uma ideia, trabalho na área de segurança há mais de 30 anos, a legislação era precária e não existia fiscalização ou controle. Tinha muita clandestinidade, profissional desqualificado, sem formação. Antigamente, o profissional de segurança era uma pessoa que não conseguia uma colocação boa dentro da organização em que trabalhava e virava segurança. O setor evoluiu muito no Brasil”, comenta Antonio.

Na década de 1980, novas regras foram institucionalizadas. Em 1995, a Polícia Federal centralizou a responsabilidade pelo controle da atuação e funcionamento das empresas de segurança privada, o que melhorou a confiança da sociedade no setor. Em 2012, a portaria 3233/12 regulamentou uma série de atividades como segurança privada, são elas: vigilância patrimonial, escolta armada, transporte de valores, segurança pessoal, curso de formação.

O próximo passo na legislação deverá ser a promulgação do Estatuto da Segurança Privada, que neste momento tramita no Senado Federal, sem previsão de ir para sanção do presidente da República. O professor Antonio pontua que quando o estatuto entrar em vigor, as empresas vão precisar de gestores formados.

“O estatuto regulamentará as funções operacionais de gestor de segurança (nível superior), vigilante supervisor, supervisor de monitoramento de sistema eletrônico de segurança, técnico externo de sistema de segurança eletrônico, operador de sistema eletrônico de segurança. É extremamente importante que os profissionais da área de segurança, principalmente os de gestão, entendam essa evolução toda como uma qualificação do setor”.

Tammenhain mostra que existem dois grandes grupos de serviços de segurança privada. Um é composto por empresas especializadas, que prestam serviço terceirizado de segurança; e o outro são empresas que já tem um setor de segurança dentro delas, é o chamado serviço orgânico. “A segurança privada só pode atuar dentro dos limites da área protegida. Se for segurança orgânica, os limites são os da empresa. Se for terceirizada, os limites são os da empresa contratante. Não existe possibilidade do profissional de segurança atuar fora desses limites, a não ser que seja o caso de segurança pessoal, escolta armada ou transporte de valores”, explica.

Uninter oferece formação superior na área

Por ser um setor que de alta complexidade, por causa dos riscos inerentes à atividade, a formação é essencial para quem deseja atuar na área de Segurança Privada. O professor Antonio exemplifica essa situação com o caso dos vigilantes. “Vigilante é uma das poucas funções em nível operacional no Brasil que tem uma fiscalização tão rígida. O profissional não pode acessar seu trabalho sem a Carteira Nacional de Vigilante, ele tem que estar com o curso de reciclagem em dia. O eletricista não tem toda essa exigência legal para desempenhar sua função, por exemplo”.

A Uninter tem o maior curso do país no setor. O curso de Gestão em Segurança Privada já formou mais de 3 mil alunos em todo o país. Em 2019, foi avaliado com conceito 5 pelo MEC, que é a nota máxima dada pelo Ministério da Educação para os cursos de graduação.

Terceirização, contextos sociais, econômicos e culturais, exigência de mercado, competitividade, reconhecimento do valor estratégico. Todos esses itens interferem diretamente na consolidação do setor de segurança privada no Brasil. Toda essa discussão foi tema do evento Segurança em Debate, organizado pela Escola Superior de Gestão Pública, Política, Jurídica e Segurança, transmitido pelo sistema Univirtus.

Autor: Fillipe Fernandes - Estagiário de Jornalismo

Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro

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